quarta-feira, 7 de março de 2012

A Embrapa Pantanal vem acompanhando a o fenômeno natural de deterioração da qualidade da água dos rios e lagoas marginais, denominado popularmente como “dequada”, há pelo menos 15 anos, mas com estudos mais sistemáticos a partir de 1994.
Como e porque ocorre
Dentro do ciclo de cheia e seca dos rios, no recuar das águas (período de vazante), a vegetação aquática morre e dá lugar à vegetação terrestre, na maioria gramínea, que rapidamente se recompõe. Durante a enchente, a água passa a cobrir a planície gradativamente, em lâminas d'água muito rasas, deixando a vegetação submersa a. Ocorre então a decomposição de toda esta matéria orgânica, proveniente das plantas aquáticas mortas e das terrestres e, à medida que aumenta o nível da inundação, os produtos da decomposição são levados para os lagos (“baias”), córregos (“corixos”) e rios.
O processo de decomposição é tão intenso, que a atividade de oxidação da matéria orgânica pelas bactérias é capaz de consumir todo o oxigênio dissolvido (OD) na água e liberar o dióxido de carbono livre (CO2 livre). Durante a dequada, baixas concentrações de OD (que passam de valores entre 6 e 7mg/L e chegam até a completa anoxia ou 0,0mg/L) e altas de CO2 livre (sendo que os valores considerados normais, entre 5 e 10mg/L, passam a valores > 20mg/L, chegando a atingir até 100mg/L), são muito limitantes para os peixes, e dependendo da intensidade e tempo de duração do fenômeno pode matar toneladas de peixes.

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